Apenas um retrato na parede?
O tempo, ah o tempo
Mas... Tenho lembrança do seu sorriso,
Da conversa quando se aproximava de nós
Papai, mamãe!
Na Escola ele ensinava, Português, Matemática, Estudos Sociais e muito mais...
Ao entardecer voltava pra casa...
Depois de um bom banho, da brilhantina no cabelo, aí sim era a hora sagrada, cujo encanto consagrou o momento, de abençoada glória.
Em silêncio todos nós à sua volta queríamos te ouvir.
A rede armada na varanda, papai deitava, com seu violão e colocava uma de nós a cada lado, e eu no punho balançava.
Momento de contemplação, o violão em suas mãos parecia uma orquestra dos sonhos.
Papai, homem bom, nunca demonstrava raiva, conversava, dava conselhos e eu ou nós nunca queríamos magoá-lo.
Companheiro de mamãe, cuidava de nós como um tesouro a ser lapidado. De fala mansa, tinha sempre um sorriso para nos aproximar...
Passeávamos de mãos dadas.
E quando você partiu, foi tanta dor que até hoje me lembro, da tristeza de mamãe e que na minha casa ficou, nós de coração partido dizemos adeus, oh Senhor Deus!
Ficamos sem papai, somente aquele retrato na parede, seus conselhos e a saudade do seu Amor.
Mamãe esposa fiel e amorosa, lutou muito para criar sua prole.
Na certeza do acolhimento feito por Deus,
Papai mora em outro lugar e o Senhor continua abençoando sua família!
Com muito Amor pedimos a Deus que lhe entregue nosso carinho com sentimento de imensa saudade. Nosso Amor, Papai!
Não apenas um retrato na parede!
Silvia de Arruda